Cigarros, trouxas de açúcar, cachaça, chimarrão, conhaque e outros produtos foram colocados no viaduto do Chá. Lá, as pessoas poderiam pegá-los gratuitamente. Substâncias ilícitas não foram distribuídas no local.
A militante e jornalista Gabriela Moncau, de 23 anos, disse que a ideia era escancarar a “hipocrisia das políticas sobre drogas”, que, segundo ela, não é baseada em critérios de saúde ou de segurança pública. “A guerra as drogas define algumas que podem e outras que não podem ser consumidas. Esse critério não tem nada a ver com saúde, tem a ver como questões políticas e econômicas,” diz Moncau.
Moncau diz que o movimento adotou um formato irônico para gerar mais curiosidade sobre o assunto. “No momento em que distribuímos álcool, queremos chamar a discussão que ele é uma das drogas mais prejudiciais e que mais causam malefícios. Atinge muito mais pessoas, por exemplo, que o crack. No entanto, ele é estimulado, naturalizado e tem até propaganda.”
“Projeto de lei é retrocesso”
O grupo organizador da Marcha da Maconha critica o projeto de lei do deputado Osmar Terra (PMDB-RS), que está pronto para ser votado no plenário da casa. Segundo o movimento, a proposta é um retrocesso, pois “mantém a falta de critérios para diferenciar usuário e traficante, dando margem a interpretações subjetivas e preconceituosas.”
Entre os pontos criticados do projeto está a criação de um Cadastro Nacional de Usuários da Droga. Para o movimento, isso aprofundaria o preconceito já sofrido pelos usuários.
O projeto também deve aumentar o número de encarcerados no país, já que estabelece penas maiores para quem portar substâncias com “alto poder de causar dependência”.
Outro ponto criticado na lei é o aumento do investimento em equipamentos privados e religiosos. Para os militantes “trata-se da privatização da saúde e de violação do estado laico”.
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